segunda-feira, dezembro 20, 2004

em cada silêncio mergulha a palavra

aqui

junto à praia fundi palavras
os olhos, esses transformaram-se
adquiriram o brilho da cor da madrugada,

o sol partiu,
evaporou-se entre nuvens cinzentas
deixou sombras de um tempo passado,
ficou só o barulho das aves em grupos,

respiro em silêncio o cheiro do mar
anoiteceu mais cedo
a lua brilha tanto como o sol

aqui deixo-me ficar
numa amarga memória de inspiração alheia
imaginando ouvir palavras que esperei

tenho como companhia a noite
que me persegue e assusta,

já nada possuo em mim
amanheceu,
prendi-me ao esquecimento
por tanto amar


espero o dia que sobrevirá ao outro


onda

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...